
Está na hora de voltar a investir em renda fixa?
Pela segunda vez em 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic. Este cenário indica uma tendência à normalização parcial da taxa de juros, com a manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica. Com maior oferta de crédito suportada pelo aumento dos juros, temos uma boa oportunidade para investir em ativos de renda fixa. Entenda como funciona este instrumento regulatório e saiba porque investir em renda fixa pode oferecer rendimentos superiores para quem busca rentabilidade e segurança.
O investimento em renda fixa é a modalidade preferida de muitos investidores, pois oferece segurança e previsibilidade de rendimentos. No entanto, a rentabilidade desses investimentos se apresentava desfavorável, frente ao cenário econômico, às medidas de combate à inflação e maior restrição ao crédito.
Após nove cortes consecutivos, a taxa básica de juros alcançou seu menor patamar histórico, afastando investidores da renda fixa. Em 2021, porém, o governo anunciou dois aumentos consecutivos na Selic e sugeriu que manterá a tendência para os próximos encontros.
Será que é hora de voltar a investir em renda fixa e garantir rendimentos mais significativos?
Investimento em renda fixa: uma visão histórica
A renda fixa é definida como todo tipo de investimento que oferece regras de rentabilidade definidas antes da aplicação. Assim, ao aplicar seus recursos, o investidor já sabe quanto seu patrimônio irá render a partir de um rendimento pré-determinado.
Na lista das aplicações de renda fixa, temos a mais popular e menos rentável poupança, além do Tesouro Direto (títulos do governo), debêntures, fundos de investimentos, CDBs e RDBs (títulos de bancos).
A renda fixa pode render de dois modos. No modelo prefixado, a rentabilidade é calculada com base em uma taxa determinada e previamente combinada. Já no pós-fixado, o rendimento ocorre conforme a variação de um indicador, como o CDI ou a inflação. O rendimento é calculado a partir da apuração de seu índice de referência.
Diversos investimentos de renda fixa são calculados com base no CDI – sigla para Certificado de Depósito Interbancário – que nada mais é do que o volume de empréstimos que os bancos fazem entre si para fechar o caixa do dia no positivo. Como CDI e Selic andam de mãos dadas, o aumento da taxa básica de juros, provoca aumento do CDI e, consequentemente, todos os investimentos atrelados a este índice sofrem aumento, trazendo vantagens para investidores de ativos pré e pós-fixados.
A taxa Selic reflete bastante o momento econômico do país, servindo assim, como um termômetro. Em 1999, a taxa Selic acumulada chegou a 23,02%. Dá para ver por que a renda fixa ganhou bastante popularidade naquele período. A partir de 2016, no entanto, o Copom decidiu utilizar a Selic como instrumento regulatório de inflação e promoveu 12 reduções consecutivas, fazendo com que, em Outubro de 2020, a taxa de referência atingisse a menor média histórica de 2% ao ano. Com os anúncios de dois aumentos consecutivos em 2021, atingimos o percentual de 3,5%, revertendo a tendência dos últimos 4 anos.
Será o momento de diminuir a exposição ao risco do mercado variável e voltar a investir com mais segurança e previsibilidade em ativos de renda fixa? Pois saiba que é possível encontrar um equilíbrio nas alternativas de crédito privado!
A decisão de equilibrar o crédito privado com a renda fixa
A renda fixa sempre esteve relacionada a investimentos mais seguros e previsíveis, nos quais o investidor pode ter uma visão mais clara da performance de suas aplicações. Porém, muitos acabam apostando em investimentos de maior risco em busca de mais rentabilidade em razão dos níveis baixos dos indicadores atrelados à Selic.
O que muitos investidores não sabem, no entanto, é que há no mercado alternativas de investimento de renda fixa com rentabilidades superiores à taxa Selic. Assim como o governo faz com os títulos públicos, as empresas também podem emitir títulos, que fomentam o crédito privado.
Esses títulos são emitidos por empresas que necessitam de capital de giro para financiar suas operações. Esse crédito se traduz no mercado de investimentos de diferentes formas:
CRIs e CRAs: certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio que impulsionam empreendimentos desses setores;
FIDCs: fundos de investimentos em direitos creditórios composto por cotas negociadas por investidores;
Debêntures: títulos de dívidas de empresas, ou seja, empréstimos feitos a empresas.
Assim, o investimento em renda fixa não se resume à caderneta de poupança ou aos títulos do governo atrelados à taxa Selic. É possível direcionar recursos também a diferentes alternativas do crédito privado, alcançando rentabilidades superiores aos modelos tradicionais. Com uma boa diversificação da sua carteira , você pode conciliar a segurança com bons rendimentos.